domingo, 28 de junho de 2015

O SAL E A MAGIA



O PURIFICADOR


Desde os tempos mais remotos, o sal é utilizado pelos homens e é considerado um bem muito precioso. Consideravam eles que era uma dádiva dos Deuses, e associaram-no tanto à religião, como à magia e à bruxaria. Além disso, o seu valor monetário e econômico era comparável ao do ouro, da seda e das especiarias.

Na Antiguidade, era oferecido aos deuses, era usado pelos sacerdotes tanto em liturgias religiosas como em cerimônias mágicas, como para afastar os demônios. Os assírios utilizavam-no nos cultos religiosos.
No antigo Egito, o sal era considerado produto sagrado, sendo feitas oferendas de sal aos Deuses. Os Egípcios usavam igualmente o sal para desidratar e embalsamar o corpo dos faraós.

Os romanos consideravam o sal um símbolo de sabedoria, e por isso usavam-no num ritual aos recém-nascidos: derramavam sal sobre eles para que não lhes faltasse a sabedoria.

 Os romanos e os gregos nos seus sacrifícios aos deuses do lar, deitavam sal na cabeça do animal para purificá-lo. Para eles, o sal simbolizava igualmente a destruição e a infertilidade, daí a pratica romana de espalhar sal nas terras conquistadas: elas se tornavam estéreis para sempre. Era um sinal de perpétua desolação. Os romanos tinham uma expressão para exprimir a infidelidade a uma amizade que era “trair a promessa e o sal”. Assim, desde aqueles tempos a ausência de um saleiro sobre a mesa representava um presságio, tanto quanto o sal derramado.

Da prática ritualística destes povos, bem como do povo hebreu, de salgar os sacrifícios oferecidos aos Deuses, nasceu uma superstição muito comum: se o sal era derrubado na hora do sacrifício, prenunciava má sorte.

 Para os hebreus, o sal era um elemento purificador, sendo o símbolo da perenidade da aliança entre Deus e o povo de Israel. No cristianismo, mantém-se a crença judaica do sal como purificador, sendo colocado sal nos recém-nascidos no ritual batismo.



Na Idade Média, os alquimistas usavam o sal como elemento entre o mercúrio e o enxofre, sendo essencial à transmutação de metais. O sal continuava sendo indispensável para afastar os maus espíritos, os demônios e as bruxas. Assim, deitava-se sal na chaminé da casa para impedir os demônios de nela entrarem.

Proliferaram igualmente as superstições relativas ao sal, mantendo-se a superstição de que desperdiçar sal era mau agouro, era sinal de malefício.
Na obra de Leonardo da Vinci, “A última ceia” retrata um saleiro derrubado diante de Judas e apontando na sua direção. Já naquela época dizia-se que alguém que entornasse sal deveria pegar nalgum do que foi derramado e lançá-lo para trás do ombro esquerdo, lado que representava o mal.

Os árabes citam recomendações de Maomé para: “começar pelo sal e terminar com o sal; porque o sal cura numerosos males”.

Para os gregos, hebreus e árabes o sal é considerado o símbolo da amizade e hospitalidade, sendo que na Arábia comer sal acompanhado é considerado uma ação sagrada. No médio oriente acredita-se que quando duas pessoas comem sal juntas, formam um vínculo. Por isso, usa-se sal para selar um contrato.

No Marrocos deita-se sal nos lugares escuros para espantar os maus espíritos. Em Laos e Sião, as mulheres grávidas lavam-se diariamente com água e sal para se proteger contra as maldições. Nos países nórdicos, coloca-se sal junto ao berço das crianças, para as proteger. No Havaí, a pessoa que volta de um funeral polvilha sal sobre si mesma, para garantir que maus espíritos que rondassem o defunto não a acompanhem em casa.

O sal é amplamente utilizado no esoterismo, em vários rituais de magia, pois tem uma vasta função purificadora, seja ele usado sozinho seja em conjunto com outros elementos. Colocar sal grosso em um copo faz absorver as energias negativas do ambiente.


Postagem: Coelestium


Nenhum comentário:

Postar um comentário