MERLIN, O MAGO
Capaz de
profetizar e viajar no tempo, a presença de Merlin pode ser detectada junto a
famosos reis do império celta. Mas foram seus feitos ao lado do rei Arthur
– tão
legendário quanto ele – que se transformaram em histórias que o eternizaram.
Mais do que um
druida e conselheiro, ele era um mago que tinha controle sobre os elementos da
natureza e conhecia a arte de domar os “dragões de serpentes” que habitavam o
subsolo através da colocação de menires e dolmens.
A história de
Merlin, ainda que antiquíssima, chegou até nós graças à literatura do século
XII de Geoffrey de Monmouth, cujo sobrenome era em realidade Arthur. Quando se
estuda o mago Merlin, tem-se de colocar dentro do contexto da literatura celta
tão apreciada na Idade Média. Não se trata, então, de explicar a vida de uma
pessoa concreta, mas de mesclar, sob o nome de Merlin, múltiplas entidades,
como por exemplo os druidas e bardos mais destacados da proto-história e da
época cristã, junto a semideuses da mitologia, forças naturais e crenças personificadas.
Merlin é também a soma dos conhecimentos astrológicos anteriores à idade média.
Assim ao mesmo tempo, representa e simboliza a estrela Veja da constelação de
Lira, valores alquímicos, paranormais e medicinais que restaram da cultura
celta tão reprimida naquela época.
Não se deve
duvidar de que a Tradição celta e pré-celta se transmitia oralmente entre
alguns eleitos. Assim, logicamente, de geração em geração, as personagens se
modernizaram, acumulando as últimas experiências dos bardos e druidas.
Embora Merlin
tenha viajado através do tempo, também o fez no espaço, uma vez que sua
história é contada na Bretanha, em Gales e na Escócia, sem falar de suas
possíveis viagens com sua “casa de cristal”, quando soavam as nove harpas.
Vemos aqui que dentro da iniciação celta os sons e as vibrações tinham grande
importância.
Quando o druida Kulhwec’h se apresentou na corte do rei Arthur,
ele teve de provocar o guarda da entrada que lhe proibia a passagem, dizendo
que lançaria três gritos que levariam à morte todos que os ouvissem. Não se
trataria de uma iniciação parecida ao irrintzina vasco, ao Kiai dos
japoneses, ao youc’ahdenn bretão, e inclusive às trombetas de Jericó?
Na cultura
pré-celta da Irlanda, o semideus Dagda possuía um poder musical que o harmonizava
com os homens, graças à pedra vibratória do destino de Fâl. Dagda conhecia três
melodias: uma para fazer chorar, outra para fazer rir, e a terceira para
provocar o sono sem que a música fosse monótona ou melancólica. Alguns músicos
atuais das regiões celtas alcançam parcialmente efeitos parecidos, e quase
sempre à harpa.
A mãe de Merlin
conhecia também o valor dos sons. No relato “o canto de Merlin”, que Hersart
nos deu a conhecer, sua mãe dizia: “...Fazia três meses e três semanas que
dormia no bosque, quando ouvi um pássaro que cantava maravilhosamente e decidi
segui-lo. Parecia um espírito encantado.
Segui-o até muito longe, que jovem era
então! O pássaro cantava cada vez mais perfeitamente e acabei por dormir em um
lugar retirado, no qual sonhei que estava junto a um Duz ( espírito maligno do
ar ) no círculo das águas de uma fonte. Quem são esses espíritos negros no
abismo gelado feitos de carne e ossos? Foi quando nasceu Merlin e me disse: -
Não chores, mãe, não te darei nenhum trabalho, mas não chames meu pai –
espírito negro -; meu pai está entre o céu e a terra, tão brilhante como a lua
no abismo gelado”.
Esse
abismo gelado é o Gwenved ( mundo branco dos antepassados dos celtas ) e sem
dúvida o Tir na n’Og ( o paraíso da eterna juventude ). Muitas vezes
Merlin viajava para lá em um “abismo de luz”, levando os mortos.
O DOMÍNIO DOS
DRAGÕES
Em sua morada no
bosque bretão de Boceliande (Broec’hland =terra pantanosa), Merlin esteve com a
fada maligna Viviana (Chwiblian ), mas esta o encerrou no Val sans Retour,
no lugar chamado “a torre de ar”.
Merlin nunca conseguirá sair dessa torre;
agora , é interessante notar que, na simbologia dos quatro elementos, Merlin
representa justamente o ar, Viviane a água, Arthur o fogo e Genoveva
( Gwen-hwar ), sua esposa, a terra. No bosque de Broceliande estava também essa
“casa de cristal”, no fundo de um pântano, e dentro estava o cavaleiro
Lancelot, filho de Ban. Atualmente encontramos, ainda no bosque próximo a
Paimpont, a tumba de Merlin (
embora os escoceses considerem que esteja no povoado de Peebles ), e o poço de
Baranton, que manava água quente e cujo parapeito era de esmeralda.
A esse poço
ia Merlin para provocar os elementos, como, por exemplo, para fazer chover. Por
volta dos anos 50, a experiência foi feita de novo e com êxito, e se diz que os
pescadores de Tregor ( costa bretã ) sabem acalmar tempestades lançando ao mar
uma mecha de cabelo do marinheiro mais jovem do barco colocada em um dos seus
calçados e orando ao Sol poente. Enquanto o cantor bretão Alain Stivell não
vacila em dizer em uma de suas canções: “Celtia, no limite do mundo visível e
invisível, faremos chover sobre o mundo abatido”.
O próprio nome
de Merlin mudou muito com o tempo e lugares. Assim, nos arquivos, encontramos
distintas deformações: Marzin, Marthin, Myrddin, Merszen, e inclusive Melziar,
Meller e Melinus. Quando se busca a etimologia do nome se abrem diferentes
horizontes. A versão mais corrente deriva da palavra celtamarzhenn =
maravilhoso, mas há outras hipóteses, entre elas a da sua vinculação como o
povo marsi, que viveu na Itália e cuja origem é desconhecida. Esse povo teve
uma grande influência na Europa e ainda no século XII se conheciam seus
ensinamentos na Inglaterra, entre eles, o de domar serpentes e dragões.
Certamente,
trata-se de uma simbologia tipicamente celta: as serpentes e dragões não são
mais que a representação das correntes
telúricas (
magnetismo subterrâneo que influi nas pessoas e elementos ). Essas correntes
interessavam e ao mesmo tempo preocupavam muito os celtas, por recordar a sorte
que tiveram seus antepassados, cujas terras se afundaram por culpa desses
“dragões” subterrâneos e submarinos. Os celtas não mencionam diretamente o caso
da Atlântida, mas de outras terras que desapareceram, como, por exemplo, a
cidade de Ys, que afundou no século IV.
Ela se situava a 500 m a leste da
cidade atual de Douarnenez, na Bretanha, próxima de Plomarc’h. Os pescadores da
comarca afirmam que ainda se vêem luzes no fundo do mar naquela zona. As lendas
dizem que a cidade de Ys ( do nome Ísis ) era protegida por muralhas e diques e
ali viviam os sábios celtas sob o comando do rei Gradlon.
Esse rei quis
converter-se ao cristianismo, convencido dos argumentos do monge Gwendolé;
então sua filha, a princesa Dahu ( ou Ahès ), decidiu destruir a cidade para
que os segredos da iniciação celta fossem preservados para sempre. Para
conseguir esse objetivo, destruiu vários menires de estabilização
terrestre e abriu os diques. A cidade de Ys desapareceu em uma noite com os
discípulos de Hermes Trismegisto, assim como a ru-men goulou ( pedra
vermelha da sabedoria ).
SANTO AMBRÓSIO
FOI MERLIN
Por estranho que
possa parecer, o bardo que mais se assemelhou à figura lendária de Merlin não
tinha nem sequer esse nome, mas o de Ambreiz, que logo foi santificado sob o
nome de Ambrósio ( derivação do nome celta am-breizhat = apenas
bretão ).
Foi um bardo que nasceu no ano 475, justo antes das invasões
algo-saxãs e normandas, época em que o cristianismo masdeísta ( Masdeísmo:
religião antiga dos iranianos < persas e medos > caracterizada pela
divinização das forças naturais e pela admissão de dois princípios em luta,
Ahura Mazda ( o Bem ) e Arimã ( o Mal ), proveniente do Oriente começou a
ter uma grande influência sobre a mentalidade celta acostumada a crenças mais
fantásticas e matizadas ( um pouco como se disséssemos que não há unicamente o
dia e a noite, o bem e o mal, o corpo e a alma, mas que há a aurora, o dia, o
crepúsculo e a noite ).
Esse bardo
Ambreiz era nada menos que o irmão do rei Uther-Urien Pentragon, pai do rei
Arthur. De fato, se sabe que, antes de estar com Arthur, o mago Merlin foi
conselheiro de Uther. A palavra Uther provém do celta urzhier = o que
impõe a ordem. Uther e Ambreiz viveram em Glastonbury, na província de
Somerset, o que explica sem dúvida a lenda mencionada anteriormente da “casa de
cristal”, já que popularmente a palavra Glastonbury pode ser traduzida por
pedra de cristal ocultada ( glass-stone-buried ) mas ao
mesmo tempo nos faz pensar no graal.
Glastonbury está
a 75 km a oeste de Stonehenge, onde há um importante conjunto megalítico, e a
10 km ao sul de Wells ( os poços ). A poucos quilômetros a sul de Glastonbury
está o povoado de Othery, cujo nome se relaciona com o rei Uther. A nordeste de
Glastonbury, está o povoado chamado Marshfield ( prado de Marzin ou de Merlin
).
A distância entre Glastonbury e Marshfield é idêntica à que há entre
Stonehenge e Marshfield e a altura do triângulo partindo de Marshfield corta
perpendicularmente em seu centro a distância Glastonbury – Stonehenge, o que
forma o triângulo isósceles cujo ângulo corresponde ao da pirâmide de Quéops.
Os centros das três mediatrizes se cortam em um lugar onde há uma colina e um
antigo cruzamento de estradas em forma de estrela.
Essa região nos
traz mais surpresas. Se, se traça um triângulo que vai desde essa encruzilhada
citada anteriormente e que passa por Glastonbury e Salisbury, obtemos uma zona
com maior freqüência de aparições de OVNIs. De 1968 a 1980 se observou uma
média de dois OVNIs por semana. “Será a ‘casa de cristal’ de Merlin, ou o
pássaro que levou sua mãe ao mundo do Duz?
Na literatura
celta se menciona o caso de uma batalha ganha pelo rei Uther, na véspera,
apareceu voando em cima das tropas um dragão vermelho. Merlin, que não
estranhou o evento, predisse que as tropas alcançariam a vitória no dia
seguinte, e ganharam efetivamente. O lugar da batalha tomou o nome de Uther –
Pentragon, e ainda podemos ver esse dragão vermelho ( dreigcoc’h ruz )
na bandeira do País de Gales.
Quanto às
andanças de Merlin por Glastonbury, se diz que quis transladar para essa cidade
o conjunto megalítico de Stonehenge ou revalorizar a latitude de Glastonbury,
cujos graus são 51 14’, ou seja, o ângulo da pirâmide de Quéops.
SÃO MARTINHO,
DESTRUIDOR DE MEGALITOS
Em Glastonbury
está o “Chalice Well” (poço da copa), que durante muito tempo foi considerado
como o local onde o Graal foi depositado no ano 60 por José de Arimatéia, o
comerciante de estanho da seita essênica e parente de Jesus. Em
Chalice Well, há um poço onde corre água ferruginosa com propriedades
curativas. Muito próxima a Glastonbury há também uma colina chamada Cadbury
(situada sobre o perímetro do círculo que compreende Glastonbury, Stonehenge e
Avesbury Circle) onde há ruínas de um acampamento celta que se pensa ter
pertencido às tropas de Arthur.
Já aos sete
anos, Merlin sabia como lidar com os “dragões subterrâneos”, se, se levar em
conta a lenda que o apresenta no castelo de Vortigern, onde monstros impediam o
bom estabelecimento dos alicerces. Zeus e Apolo também tornaram mansos os
dragões Pitón e Tifón. Embora Merlin, como todo druida, soubesse manipular as
correntes modificando ou captando o humor dos “dragões”, graças principalmente
à colocação de megalitos, seu parônimo São Martinho (Nos idiomas célticos, pela
regra de mutação das oclusivas, as letras D, TH, Z, ZH têm o mesmo valor, como
ocorre ainda com a TH inglesa.
Assim Marzin, é equivalente a
Marthin.)dedicou-se a tirá-los, como o fez também Carlos Magno. Assim, um bom
número de lugares com nomes do tipo Piedrahita, Pierre-Longue, Perlatte (ou
seja, que indicavam lugares nos quais se haviam colocado menires ou dolmens)
foram literalmente censurados e receberam o nome de “São Martinho de ... “. A
cerca de 60 km ao leste de Orense (Espanha), há pântanos pelos quais se diz que
estiveram Merlin e os soldados de Arthur e talvez o Graal escondido em alguma
gruta, se é que podemos confiar nos documentos que possuíam os monges cistercienses
de Alcobaça (Badajoz).
Nessa zona de pântanos há quatro lugares chamados São
Martinho, e na Espanha há setenta localidades com esse nome, sem contar os
montes e vales. Entretanto, uma grande parte se encontra precisamente na
Galícia, onde estiveram os Celtas. O lugar mais típico dessa cristianização dos
nomes de lugares é sem dúvida o do povoado São Martinho do Pedroso, próximo a
Zamora (Espanha), onde deve Ter havido algum megalito. Esse povoado está
próximo da fronteira portuguesa e de Bragança (nome com consonância celta) e
próximo dos povoados portugueses de São Martinho de Nagueiro e de Pedricos;
assim como do povoado espanhol de Brandilanes, cujo nome nos recorda o ermitão
irlandês Brandan.
À parte os
feitos do bardo Ambreiz, outros detalhes da vida de Merlin, provêm do bardo
Taliesin, que esteve com os vênetos quando estes lutaram contra as tropas de
Júlio César (recordar as aventuras de Asterix) e outros detalhes provêm do
bardo Kaliou, que era bretão.
Assim,
sucessivamente, Merlin foi conselheiro de vários reis famosos do Keltved (
império celta ). Esteve presente na morte do rei Gwendoleu (gweun –
dolioú = lugares baixos e brancos), do rei Uther e do rei Arthur. Curioso
mago, quando pensamos que o papel habitual de um druida era proteger os reis,
profetizando-lhes o futuro, curando-os quando estavam enfermos ou eram feridos
em combates, e procurando-lhes forças físicas e morais para que fossem
invencíveis.
Se Merlin houvesse fracassado ao menos em três ocasiões, seu nome
não teria sido inscrito na história. Forçosamente, Merlin estava na Terra para
desenvolver outro papel que o de um simples curandeiro. Merlin, como o Jeová da
Bíblia, não se preocupa diretamente com a sorte dos humanos no sentido que
consideram a vida física como um simples degrau para outra vida melhor, por
isso acha necessários os castigos e a morte das pessoas que aprecia mas que se
desviaram da meta original, ou que atingiram tal nível iniciático em sua vida
terrestre que devem morrer para alcançar a vida superior.
Assim, depois da
batalha de
Camlann (Salisbury),
onde morreu o rei Arthur, no “caldeiro de Dagda”, para que se curasse e
ressuscitasse à vida humana, deixando que o rei Arthur morresse para que
pudesse renascer em outro mundo: o de seus antepassados. Arthur não é um
simples humano como adragante, que necessita da vida terrena para se realizar,
embora, seja como Merlin, um iniciado que está somente de passagem pela Terra.
Por isso Merlin leva o rei à ilha de Avalon, (ou de Barnsapple) ao ocidente (occire =
morrer) do Keltved, para que renasça no Gwenved. Merlin representa então o
papel do “Ankou”, deus maligno que transporta os mortos para algum lugar a
oeste das costas célticas. Ainda entre os marinheiros bretões se teme o Ankou.
Se diz que vive no oceano e que leva os corpos dos pescadores afogados. O
primeiro morto do ano leva seu barco, chamado hag-noz.
Como Merlin, o
rei Arthur representa várias entidades e sua iniciação está provada por sua
incursão na península de Tombe para destruir o dragão que erodia o subsolo
local. Hoje o lugar é nada menos que o Mont Saint Michel, que se transforma em
uma ilha quando a maré esta alta, na costa que limita a Normandia com a
Bretanha.
Como São Jorge, São Miguel era um especialista em vencer dragões. No
Mont Saint Michel, cujo aspecto recorda as pirâmides, havia uma cripta com
uma Notre Dame sous Terre (Nossa Senhora de debaixo da Terra), o que
expressa bem a cristianização de uma observação antiga das qualidades do
subsolo desta zona. Ali viviam uma korridwenou (mulheres celtas
iniciadas) que guardavam o lugar de sua estabilidade graças aos encantamentos e
ritos ao redor dos dolmens e menires da península.
Outra prova da
iniciação do rei Arthur é sua vinculação com o cachorro Kaval (Cabala), o que
nos leva ao esotérico dos construtores de catedrais e ao mesmo tempo nos
recorda a lenda de Santiago, que ia pela Galícia acompanhado de um cachorro.
Chegamos, pois, diretamente, a considerações astrológicas, posto que Arthur
representa o Arcturus, o Alfa da Ursa Maior, e os esoteristas conhecem muito
bem o papel que ocupa o “cachorro” na Via Láctea.
MERLIN,
PRECURSOR DO “TOL-DRO”
Em sua estada
com o rei Arthur, Merlin fundou a associação “Tol-dro”, que é nada menos que a
Mesa Redonda dos iniciados celtas na busca da vida eterna e do Graal. Será
Merlin em pessoa que apresentará
Gallad (Gwalc’haved =
mineral purificado) aos cavaleiros da Mesa Redonda, para ocupar o último
assento disponível na Mesa. De todos os cavaleiros, Galaad foi o único que pôde
conhecer o Graal, mas morreu em seguida. Uma vez mais é obra de Merlin.
Seus
protegidos devem morrer com o último grau de iniciação: o conhecimento do
Graal. Não é também o ensinamento do cristianismo: morrer para ressuscitar para
outra vida superior? O bardo Herve, no século XI, buscou também esse mundo
eterno provando os acordes monódicos e diatônicos de sua harpa. Entretanto, o
bardo mais destacado nessa busca foi sem dúvida o ermitão Brandan, que viveu no
século VI.
Por causa de uma
profecia emitida pelo druida Airde a seu pai chamado Finlogh, Brandan saiu para
o mar com 17 companheiros a bordo de um curragh (barco feito de
madeira e peles ), em busca de Tir na n’Og ( terra da eterna juventude ). Desde
as costas da Irlanda alcançou a Islândia, as Ilhas Jan Mayen, a Galícia, os
Açores, as Canárias e nada menos que as Antilhas. Logo regressou para a Irlanda,
por não haver encontrado o que buscava. O próprio nome de Brandan é motivo de
polêmica, posto que na literatura anterior ao século VI se fala de um tal Bran,
e sufixo dan podia ser proveniente da deusa Danan. Por outro lado, se
pensa que Brandan é a soma dos nomes de dois marinheiros que navegavam juntos:
Bran e Mael Duin.
No século XIII,
os druidas buscavam entretanto o Gwenved, posto que em 1220 o bardo Snorri
Sturleson falava dele chamando-o Nilfheim, opondo-o ao reino do fogo, o
Muspelheim. Encontramos de novo uma clara cristianização dualista: considerar o
Gwenved como o Paraíso e o Muspelheim como o inferno.
Mas Merlin e
Arthur buscavam outro Gwenved, o da verdadeira origem do homem, o que estava
simbolizado dentro do Graal que chamavam de “Per”, representado materialmente
por uma esmeralda talhada com 144 cara e que tinha a forma da cúpula
hemisférica celestial rodeada dos doze signos zodiacais e simbolizada mais
tarde pela Mesa Redonda com os doze Cavaleiros ou a Ceia de Cristo com os doze
apóstolos.
BIBLIOGRAFIA
1-Contes
Populaires et Légends de Bretagne, Du L. de La Barre
2-The Earth Spirit, J Mitchell
3-El Ministério de Compostela, L Chaspentier
4-Mysteres Celtes, J Sharkey
5-La Musique Bretonne, R Abjean
6-Le Roi Arthur, A Breut
7-Le Testamente de
Merlin, T Briant & F Guériff
*Postagem: GAYA RHA
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