Todos nós neste
mundo, somos seres MÁGICOS.
Estamos sempre criando e
transformando a nossa realidade, através da aplicação da nossa vontade sobre a
vida. Este poder mágico, no entanto, é maior ou menor conforme o grau de consciência
que cada um tem dele. Mas, independente dessa consciência, e também do domínio
sobre esse poder, o que conta, acima de tudo, é para qual finalidade o
utilizamos.
Algumas pessoas usam o poder que têm para promover suas conveniências, ou para alimentar suas vaidades. Contudo, elas não se dão conta de que, agindo assim, acabam dominadas pelo poder que acreditam dominar, porque o poder embriaga, e todos os que se deixam embriagar por ele passam a ser seus escravos.
Algumas pessoas usam o poder que têm para promover suas conveniências, ou para alimentar suas vaidades. Contudo, elas não se dão conta de que, agindo assim, acabam dominadas pelo poder que acreditam dominar, porque o poder embriaga, e todos os que se deixam embriagar por ele passam a ser seus escravos.
Conversando certa vez com
uma pessoa, a respeito do poder da vontade, disse-me ela:
- Gostaria de me tornar
também mago.
- E por que você quer se
tornar um mago? – perguntei.
- Porque ouvi dizer que os
magos têm poderes, e podem até fazer ventar;
E eu acho isso
impressionante. Você consegue fazer ventar? – conclui ela.
Respondi que sim, e que eu
iria lhe dar uma prova disso. Antes, porém, lembrei-me de contar-lhe uma história:
Certa vez, quando Buda
fazia uma viagem de peregrinação pelo Tibet, chegou a um pequeno vilarejo que
ficava às margens de um rio. Ao tomarem conhecimento da ilustre presença do
mestre, os moradores foram rapidamente saúda-lo, e principalmente aproveitar tão
rara oportunidade de aprenderem um pouco sobre seus ensinamentos.
Buda, então, sentou-se sob
a sombra de uma árvore, e pôs-se a conversar com aquelas pessoas, permanecendo
ali até o fim da tarde.
Quando já se preparava
para ir embora, um homem velho, que havia chegado há poucos minutos,
aproximou-se dele e lhe disse:
-Mestre, treinei minha
mente e meu corpo durante cinquenta anos, e hoje consigo fazer uma coisa que
homem nenhum pode fazer.
-E o que é que podes fazer
que nenhum outro homem pode? – perguntou Buda.
O ancião apontou para o
rio, que estava a poucos metros dali, e respondeu:
-Estais vendo este rio!
Posso atravessá-lo andando sobre suas águas.
Ao ouvirem a insólita história
do velho, as pessoas em volta ficaram extremamente curiosas para ver tamanha
proeza.
Mas Buda respondeu:
-Posso ver que perdeste um
precioso tempo em sua vida. Dedicaste cinquenta anos para fazer algo que posso
fazer com uma simples moeda em alguns minutos.
Em seguida, Buda retirou
uma moeda do bolso e deu-a a um barqueiro, que então o levou até a outra
margem, e assim prosseguiu em sua viagem.
Ao terminar a história,
levantei-me e liguei o ventilador de teto ao máximo, enquanto pensava o quanto
ainda era difícil para as pessoas entenderem que o mais importante não é
conhecermos mecanismos ocultos do universo, e então sermos capazes de fazer
prodígios, mas sim sermos capazes de praticar o bem.
“Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa
ou como o sino que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse
todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira
tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” (1 Coríntios,
capítulo 13, versículos 1 e 2)
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